No dia 10 de março de 2024, os cidadãos portugueses foram para as urnas para escolher os 230 deputados que comporão a Assembleia da República. Deste pleito, resultará o nome do sucessor de António Costa, do Partido Socialista (PS), para o cargo de primeiro-ministro.
Costa está à frente do governo desde 2015. Mesmo com a vitória nas eleições legislativas de janeiro de 2022, ele deveria permanecer no cargo até 2026. Contudo, em novembro de 2023, renunciou após se ver envolvido em uma investigação do Ministério Público relacionada a projetos suspeitos envolvendo lítio e hidrogênio verde. Com isso, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolveu a Assembleia da República e convocou novas eleições.
Além de abrir mão do cargo de primeiro-ministro, Costa também deixou a liderança do Partido Socialista. Isso levou o partido a realizar eleições internas para selecionar um novo secretário-geral. O vencedor foi Pedro Nuno Santos, deputado e ex-ministro do governo Costa. Caso o PS consiga formar um governo, Santos se tornará o novo primeiro-ministro português. O principal oponente do PS é a AD (Aliança Democrática), uma coligação composta pelo PSD (Partido Social Democrata), CDS-PP (Centro Democrático Social - Partido Popular) e PPM (Partido Popular Monárquico), liderada por Luís Montenegro, do PSD. Segundo o cientista político português José Adelino Maltez, a grande diferença desta eleição em comparação à de 2022 é a ascensão do Chega, um partido de direita, como uma terceira força política, o que alterou significativamente o panorama político. O modelo político anterior remonta ao fim da Revolução dos Cravos em 1974, a partir de 1976, com a predominância de dois grandes partidos
"E surgem outros menores. E, atualmente, surge um partido de tamanho médio com poder quase suficiente para formar um terceiro bloco, que é o Chega", disse Maltez. "A bipolarização esquerda versus direita, através do PSD e do Partido Socialista, foi quebrada. Os partidos da extrema-esquerda e os comunistas diminuem e um partido de extrema-direita emerge. É algo novo", acrescentou.