A publicação Estatísticas de Gênero – Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil, do IBGE, mostra que, em Rondônia, das 533 vagas de vereadores, 63 são ocupadas por mulheres, ou seja, elas representam 11,8% do total de parlamentares municipais, sendo a terceira menor proporção do país. Rio de Janeiro (10%) e Espírito Santo (10,8%) apresentam as menores representatividades femininas. Na outra ponta, estão: Rio Grande do Norte (21,6%), Acre (20,8%) e Piauí (20%). Em relação ao percentual de prefeitas rondonienses, ele é parecido com o de vereadoras. Dos 52 municípios, apenas seis são comandados por mulheres (11,5%).
O estudo, divulgado pelo IBGE, tem por objetivo trazer uma sistematização de informações fundamentais para análise das condições de vida das mulheres no Brasil. Utiliza, além das pesquisas do Instituto, bases de dados do Ministério da Saúde, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).
Ainda sobre a participação das mulheres em cargos públicos e de tomada de decisão, a pesquisa mostra que, em 2022, 30,4% dos cargos gerenciais, em Rondônia, eram ocupados por elas e 69,6% pelos homens. Porém, o rendimento das mulheres nesse tipo de cargo foi maior que dos homens. Elas receberam, em média, R$ 4.269,00 e eles ganharam, em média, R$ 3.769,00, realidade inversa à brasileira, em que homens receberam em média R$ 1.777,79 a mais que mulheres – R$ 8.378,00 e R$ 6.600,00 respectivamente.
As Estatísticas de Gênero apontaram também que a taxa de desocupação, em 2022, foi maior entre as mulheres que entre os homens. Isso ocorreu em todas as Unidades Federativas do Brasil. Em Rondônia, o índice de desocupação entre as pessoas do sexo masculino foi de 2,8%, enquanto que entre as pessoas do sexo feminino foi de 6,4%.
Outro ponto indicado pela pesquisa é que as pessoas do sexo feminino com mais de 14 anos dedicam mais horas para o cuidado de pessoas e/ou afazeres domésticos que os homens. Em 2022, em Rondônia, elas destinaram 20,9 horas semanais de seu tempo, enquanto que eles aplicaram 12,4 horas semanais. A média brasileira foi de 21,3 horas semanais delas e 11,7 deles.
Além disso, o estudo apontou que a proporção de jovens do sexo feminino com idades entre 15 e 24 anos que não estudam, não estão no mercado de trabalho e que não estão em treinamento é maior do que a proporção dos jovens do sexo masculino em todas as Unidades Federativas, sendo o Amapá com a maior diferença – 16 pontos percentuais – e o Distrito Federal com a menor diferença – 3 pontos percentuais.
Em Rondônia, as Estatísticas de Gênero mostraram que 22% das mulheres nesta faixa etária e 11,2% dos homens não estudam, não estão no mercado de trabalho e não estão em treinamento.